MENSAGEM DO PRESIDENTE DA DIREÇÃO
Em 2020 o CSPO completou 25 anos de existência. Os membros dos órgãos sociais, os sócios, as colaboradoras, as entidades parceiras e a população da freguesia de Ourentã, podem-se orgulhar da instituição solidária que ajudaram a criar e do apoio que, durante todos estes anos, foi possível dar a muitas famílias.
Constituída como associação em junho de 1995 e registada como IPSS em 1999, o CSPO construiu um edifício polivalente onde, em 2003, instalou o serviço de apoio domiciliário e o serviço de atividades de tempos livres. Recuperou a antiga escola primária em 2005 e alargou os serviços com a instalação de um centro de dia. Em 2010, com a ampliação deste último edifício, instalou uma creche.
O CSPO apresenta, portanto, um percurso de desenvolvimento e progresso que permitiu o apoio social, a criação de postos de trabalho e o fomento da economia local, com cerca de 30 colaboradoras e o apoio a uma média de 60 idosos, 30 crianças em creche e 16 crianças em ATL. Além disso, apoia a CMC no fornecimento de refeições para o Jardim de Infância e a escola do 1º ciclo, a uma média de 55 crianças, colabora com a Segurança Social no apoio a famílias carenciadas através da “cantina social” e apoia a realização de atividades culturais e recreativas.
Com um forte apoio da comunidade local e da comunidade emigrante nos EUA, o CSPO desenvolveu-se como uma IPSS bem estruturada, bem equipada, moderna e funcional, com projetos de atividades que têm sido premiados e reconhecidos como uma mais valia para o bem-estar e a elevação da qualidade de vida dos seus utentes e da população em geral.
Embora estatutariamente tenha diversos objetivos, o CSPO centra a sua atividade no apoio às crianças e jovens, no apoio às famílias e na proteção dos cidadãos na velhice e invalidez, fazendo-o através das respostas sociais antes referidas e através de gabinetes de apoio social, apoio psicológico, apoio a atividades de tempos livres e apoio à criança.
Verificada a consolidação das respostas sociais existentes, é objetivo do CSPO a ampliação para instalação de uma Estrutura Residencial para Idosos, objetivo que tem sido adiado devido a dificuldades na aquisição dos terrenos necessários para o efeito.
Os protocolos de parceria estabelecidos têm sido fundamentais para o CSPO, sendo de destacar os acordos com a Segurança Social, determinantes no que respeita às capacidades das instalações e relação com o número de utentes apoiados, frequências dos serviços, comparticipações familiares e comparticipações do Estado. Também os protocolos com outras entidades têm permitido um adequado nível de promoção e sustentabilidade da Instituição, sendo de destacar o Município de Cantanhede, a Junta de Freguesia de Ourentã, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, o Agrupamento de Escolas Marquês de Marialva, a Escola Técnico Profissional de Cantanhede, a Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede, a Caixa de Crédito Agrícola Mutuo de Cantanhede e Mira, diversas empresas e associações culturais e recreativas. A todos cabe um reconhecido agradecimento pelo apoio e disponibilidade e um voto de parabéns pela atenção, atendimento e elevada competência e profissionalismo dos seus colaboradores.
As parcerias têm sido profícuas e motivadoras de grandes benefícios face à relação de proximidade, cordialidade e entreajuda, sendo de destacar, especialmente no caso das empresas, as vantagens para os sócios do CSPO e para os colaboradores de ambas as partes. Talvez por essa conjugação de fatores, o CSPO seja das maiores associações do concelho de Cantanhede, com cerca de 650 sócios registados e um percurso marcado pela sustentabilidade.
Tal como todas as IPSS’s, o CSPO denota algumas dificuldades centradas nos custos de estrutura, fortemente influenciados pelos custos com os recursos humanos (cerca de 70% dos custos totais), combustíveis e energia. Mas a grande dificuldade é a inserção em meio rural e o baixo nível das pensões de velhice, que reforça a incoerência das comparticipações da Segurança Social e as dificuldades inerentes a tal desajuste.
Ainda assim e porque o concelho de Cantanhede apresenta uma excelente rede de instituições de solidariedade social, parece-me possível fazer face a algumas dificuldades através do reforço da atuação em rede, em complementaridade.
Em 2015, o concelho de Cantanhede apresentava 11 Estruturas Residenciais para Idosos, o que correspondia a cerca de 470 camas. Na freguesia de Ourentã, em 2011, residiam 337 pessoas com mais de 65 anos (quase 30% da população da freguesia), das quais 234 viviam sozinhas. No Município, naquele mesmo ano, residiam cerca de 9100 pessoas com mais de 65 anos (cerca de 25% da população residente).
Portanto, o apoio social deve continuar a ser uma preocupação e uma prioridade e as IPSS’s são e serão o grande suporte das famílias na obtenção desse apoio.
As IPSS’S precisam de crescer, precisam de reforçar a aproximação entre entidades, precisam de mais e renovadas parcerias, precisam de apoio técnico na gestão e nos procedimentos face à relevância do voluntariado na organização das mesmas, e precisam também de uma visão diferente da Segurança Social face a tais necessidades e às evidentes assimetrias e desadequação dos apoios às realidades locais.
Porque as IPSS’s são investimento na qualidade de vida das pessoas e são investimento na criação de postos de trabalho e no crescimento das economias locais.